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Relatório do Filme "Bebés",

de Thomas Balmès

 

O documentário “Bebés”, de Thomas Balmés, relata o primeiro ano de vida de quatro crianças provenientes de quatro meios totalmente diferentes: da Namibia o Panijão, da Mongolia o Bayar, do Japão a Mari e, por último, Hattie dos Estados Unidos da América. Estas crianças divergem, por exemplo, no que diz respeito ao seu nascimento, à sua higiene, ao seu vestuário, à sua relação com os outros e até mesmo à forma de como as chamadas de atenção são realizadas.

Relativamente ao nascimento, pode-se destacar que Panijão nasce na sua habitação por parto natural, sem assistência médica, sem qualquer preparação técnica, contudo, conste-se que, logo após o nascimento, esta criança estabele um intenso contacto físico com a progenitora. Por outro lado, Bayar nasce num hospital, com assistência médica, porém diverge do primeiro, no que diz respeito ao contacto com a mãe, na medida em que não permanece nenhuma relação táctil com a mesma. No casa da mãe de Mari, pode-se observar que esta possui uma preparação pré-parto. Por último, Bayar no seu nascimento, usufruir de assistência médica, de cuidados de higiene e também de equipamentos com novas tecnológias.

No que diz respeito à higiene, cada criança apresenta os seus hábitos. Relativamente à criança da Namíbia, esta é lavada através de "lambidelas" realizadas pela mãe, ao contrário de Bayar cuja higiene é feita através de esguichos de leite materno. A higiene da Mari é realizada cuidadosamente e, por último, Hatti apresenta uma higiene na qual há um contacto fisíco entre o bebé e os progenitores.

Referente ao ambiente envolvente, destaque-se que cada criança apresenta o seu próprio “habitat”. Panjião está em permanente contacto com a natureza, com terra, com utensiíios rudimentares e comuns. Bayar, à semelhança de Panjião, está também em permanente contacto com a natureza, com o campo, essencialmente com os animais. Relativamente à Mari, o seu desenvolvimento decorre essencialmete através do contacto com a creche, com as terapias, com as aulas coletivas, com a visita a Jardins Zoológicos. À semelhança da anterior, Hattie também se desenvolve num ambiente citadino.

Relativamente aos objetos, a criança da Namíbia não possui brinquedos estimulantes, o seu dia-a-dia é complementado com simples objectos comuns, tal como a criança da Mongólia. Por outro lado, Mari já está em contacto com os brinquedos, à semelhança de Hattie que já possui não só brinquedos, mas também livros estimulantes.

Destacando a alimentação, saliente-se que Panijão é amamentado com o leito materno e posteriormente alimenta-se da mesma forma que os mais velhos, à semelhança de Bayar. Já no caso da criança dos Estados Unidos da Améria e do Japão, é possível assistir a cuidados com a alimentação dos mesmos, desde o acompanhamento maternal até à seleção dos alimentos.

No que diz respeito à relação com os outros, há uma diferença entre as quatro culturas apresentadas anteriormente. A criança da Namíbia é acompanhada diariamente pela mãe, pelos irmãos e pela restante família, porém, sofre da ausência paterna. Já a criança da Mongólia mantém uma relação materna e paterna mais ausente, sendo maioritariamente acompanha por um irmão. Destaque-se que esta relação entre irmão é marcada por uma autonomia e independência na resolução de problemas. Já as crianças que se seguem, não possuem irmão, sendo maioritariamente acompanhas pelos progenitores. Mari apresenta brincadeiras que se caracterizam pela ausência de uma presença mais velha, porém mantém uma relação de afeto com ambos os progenitores. Por último, Hatti está permanentemente acompanhada por um adulto (ou pelos pais ou pelos avós), acompanhamento este caraterizado pela intensa estimulação e troca de afetos.  

Em suma, com este documentário pode-se concluir que todas as crianças atingem o mesmo grau de desenvolvimento independentemente da sua cultura e da sua educação e que, deste modo, cada cultura tem os seus prórprios hábitos que não se podem catalogar de superiores ou inferiores. Em termos gerais, de uma maneia ou de outra, todas as crianças aprenderam a andar, havendo uma maior desinibição por parte das crianças que tinham um contacto mais direto e uma experiência mais ativa com o meio exterior.

 

 

Bruna Jardim 

Nº 2041913

 

 

 

 

Introdução

 

Após a visualização do filme “Bebés”, de Thomas Balmès, irei apresentar a sua análise crítica à luz da intervenção pedagógica e educativa em contextos familiares e culturais diversos, dividindo a minha análise pelas quatro regiões de origem dos bebés: Namíbia, Mongólia, Japão e Estados Unidos da América.

Refletirei tendo em conta os contextos sociais, culturais e geográficos, a intervenção educativa das famílias e desenvolvimento do bebé, a interação do bebé com o mundo que o rodeia e com os outros (pares e adultos) e o seu desenvolvimento, aprendizagem, autonomia e sensibilidade.

 

Namíbia

 

O bebé não demonstra ter brinquedos sofisticados à sua disposição, brinca com pedras e para ele o melhor passatempo parece ser explorar o meio que o rodeia, quer sejam objetos que junta do chão quer pelo contato com as outras crianças, que é muito rico, facilitando a sua aprendizagem. Os sentidos assumem um papel fundamental na exploração, o bebé leva quase tudo o que encontra à boca, quer sejam ossos como até mesmo terra, verificando-se um nível mínimo de higiene. A mãe utiliza a sua própria saliva para lhe limpar a cara e ele não usa fralda. Visto que o clima é árido e quente, o bebé anda quase nu e o seu cabelo é sempre rapado à faca de forma a manter a cabeça lisa. A sua alimentação, nos primeiros tempos, consiste na amamentação e, posteriormente, começa a comer uma papa branca típica da sua cultura, juntamente com todos os outros. Verifica-se uma relação profunda com a mãe, esta acompanha-o sempre e até durante as suas tarefas, mantendo-o com ela através de um sistema que o prende às costas, dedica-se em estar presente para a sua cria e tratá-la, ensinando-a, posteriormente, a falar e até a equilibrar-se. Este bebé, livre na natureza, cedo começa a demonstrar certa autonomia, a ter controlo do seu corpo, tornando-se capaz de andar e até correr.

 

Mongólia

 

Mal o bebé nasce é afastado da mãe, embrulham-no num manto e atam-no, de forma a ficar quente devido talvez ao facto do clima deste local ser frio. A mãe parece praticamente não demonstrar o seu contentamento com o nascimento do filho, isto pode apoiar a ideia de que a manifestação de sentimentos difere entre culturas. No meu ponto de vista e tendo em conta a minha cultura, esta situação demonstra frieza e distanciação entre mãe e filho. Ainda recém-nascido, o seu meio de transporte para casa é a mota, no colo da mãe, situação, a meu ver, arriscada, o que demonstra que esta cultura não parece se preocupar demasiado com a segurança, mas com o lado pragmático da vida. O bebé não tem direito a berços sofisticados, pois, muitas vezes, dorme no chão, por cima de um tapete. Muitas vezes fica sozinho em casa, ou com o irmão mais velho a tomar conta e que lhe faz muitas traquinices, pois por vezes parece sentir ciúme, ou com o gato com quem brinca, até mesmo na companhia de um galo; este tem acesso a uma diversidade de animais essencialmente de gado (atividade predominante naquela região) com quem, apesar do perigo que possa existir, interage naturalmente e com confiança. Apesar de muitos dos seus momentos de exploração serem individuais, a mãe também interage com ele, falando, dando-lhe banho (numa banheira de metal) e até lhe constrói uma chucha original com um pedaço de pão e um fósforo; há interação com a família numa refeição onde o bebé ouve os cânticos tradicionais. Apesar de ter uma noção do seu esquema corporal mais tardia, talvez pelo facto de raramente de demontrar a estimulação dos seus movimentos, este começa a tentar falar mais cedo e o facto de ser exposto a situações em que ele é que tem de resolver as coisas sem ajuda, proporciona-lhe uma maior autonomia.

 

Japão

 

 Esta bebé, a primeira filha do casal, nasce num ambiente seguro, onde se evidencia a presença inicial do pai e da mãe. O único animal com que interage é o gato de estimação. Mal a criança tem idade, é colocada nas mãos de outras pessoas que cuidarão dela, visto que os pais demonstram ter uma vida profissional extremamente ocupada. Tem um contacto precoce com as tecnologias, podendo verificar-se que brinca com um CD e que, enquanto o pai está no computador, está no seu colo em frente ao ecrã. Apesar de dispor de diversos brinquedos, esta não usufrui positivamente, ao tornar-se excessiva a estimulação, e sempre que não consegue realizar uma atividade fica stressada e chora. Talvez para compensar a falta de interação com os outros, a mãe leva-a a atividades musicais, ao parque ou a passeios conjuntos, sendo estes os únicos momentos pontuais onde pode interagir com outras crianças. Pela grande estimulação desta criança, a sua motricidade fina desenvolve-se cedo, podemos observar que é capaz da preensão digital ao segurar num papelinho que a educadora lhe dá. Começa a tentar colocar-se de pé com alguma dificuldade, mas acaba por conseguir.

 

Estados Unidos da América

 

Desde que nasce, a tecnologia está presente na vida deste bebé. Tudo é estritamente controlado através de máquinas, podendo verificar-se que o recém-nascido é ligado a uma máquina para controlar o seu ritmo cardíaco, o seu peso também é controlado através de balanças digitais e até no próprio ato de alimentação, a mãe usa uma máquina para retirar o seu leite e em vez da amamentação natural o bebé bebe através de um biberão, o que não proporciona a mesma relação profunda de intimidade com a mãe. No entanto, a mãe dedica-se por completo ao seu bebé, dorme com ele, toma banho com ele, lê-lhe histórias e embala-o, verificando-se uma grande proximidade entre mãe e filho. Podemos dizer que o nível de higiene, no tratamento deste bebé, é inversamente proporcional ao nível de higiene do bebé da Namíbia. Como é filho único, tal como a menina japonesa, este não tem crianças com quem interagir, apenas interage com a família (avó…) , então, talvez como forma de compensação, a mãe, que se preocupa com a sua estimulação, leva-o a atividades onde este faz exercícios de ginástica, estimulando e fortificando o seu corpo e ao mesmo tempo interagindo com o outro e com a música, mas esta parece que não o atraí muito. É de salientar o espanto do bebé quando vai às compras com a mãe, observando-se que para ele todos aqueles objetos são novos e toda aquela agitação de certa forma o assusta, ele que sempre é tratado num ambiente calmo e afetuoso. Tem mais facilidade em controlar o seu corpo e em começar a andar ,pois teve, desde cedo, uma boa estimulação corporal.

                                                                                   

Conclusão

 

Posso concluir que, apesar de uns mais cedo e mais facilmente do que os outros, os quatro bebés distintos, em todos os contextos, atingiram os mesmos níveis.

É de relevar que as caraterísticas do ambiente que envolve o bebé nos seus primeiros tempos são determinantes e fundamentais no desenvolvimento das suas capacidades e que existem várias variantes consoante a cultura em que se insere, uma das mais evidentes ,neste filme, é o conceito de perigo, pois os bebés interagiam de forma completamente diferente com o sujo, com os animais e com as situações.

Podemos dizer que os bebés são todos iguais? Caso o seu desenvolvimento se dê de forma normal, sim. Todos começam a explorar os objetos com os sentidos (inicialmente com a boca), todos realizam atividades semelhantes de desenvolvimento, que duram e são mais presentes em alguns do que em outros e todos atingem o seu momento de glória, a postura bípede!

 

 

Carolina da Silva Moreira Freire

Nº 2013713 

 

 

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